Por Cassio Lucena Lucena
E nós simples mortais que tanto nos prendemos no nosso raso julgamento de culpa e perdão, recebemos a graça de voar.Sim, voar de forma arrepiante, no espetáculo nada solo ,ONDE ELE ANDA É OUTRO CÉU. A trilha sonora penetra nos tímpanos,poros e nos abre os caminhos para a viagem dilacerante. Eugenio Cruz, é um artesão dos bons sons, e o seu experimento com as trilhas para espetáculos é uma veia que pulsa freneticamente. A sonoridade é um personagem. Se é céu, tem que ter luz,uma divina luz! O desenho de luz de Fernando Pereira...Dança lindamente como se fosse anjos ou estranhas criaturas de Magritte.Há muito tempo não via um design ligth tão primoroso, especial, como pede esse céu que nos arrebata. Nesses confusos tempos de intolerâncias,comprovar que o gesto detém uma soberania sobre qualquer intenção de desacato do que se propõe o corpo,é sublime! E o gesto, o movimento de Andre Vitor Brandao, descamba desse céu divinal e torna-se humano, terreno,cheio de pantomima etérea.Quanta honestidade há no movimento do André... É bonito perceber as linhas do Mia Couto, sendo habitadas pelas nuvens desse tocante céu.O que vi, certamente me acompanhará por dias e dias. Pisarei em nuvens... Palmas altas para a direção Artística e madura de Jailson Lima! Meninos: Podem pecar sem culpa,vocês já sabem como chegar ao céu que nos ampara. Gratidão,por esse inesquecível momento. E SALVE O ALDEIA VALE DANÇAR 2016!
Texto publicado do Facebook após apresentação do solo Onde Ele Anda É Outro Céu no Aldeia Vale Dançar 2016.
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